Personagens
Como dito anteriormente, diversos personagens no
jogo não receberam nem metade da atenção que eu esperava de acordo com o que vi
pelos trailers e pelas entrevistas dadas dos desenvolvedores. Marquês de Sade e
Napoleão Bonaparte apareceram poucas vezes e próximo ao fim do jogo,
respectivamente, e Robespierre, um dos nomes mais famosos da Revolução, não
apareceu uma vez sequer durante a campanha principal, tendo sido apenas citado.
No entanto, é preciso ressaltar que embora a presença destes e outros
personagens tenha sido de certa maneira limitada, todos eles conseguiram me
transmitir fantasticamente sua personalidade pelos diálogos e atuação. De Sade,
um aristocrata exótico a favor da revolução e da liberdade, e adepto as artes
sexuais mais depravadas (uma dica para quem ainda não jogou: no começo da
segunda sequência, preste atenção em um homem nu. É, claro, de Sade); Napoleão
Bonaparte, um militar e líder político sério e comprometido (outra dica: para
quem conhece a história do universo de Assassin’s
Creed, preste atenção em Napoleão o tempo todo da primeira vez em que se
encontrarem e descobrirá algo surpreendente).
Outra personagem que deve sem dúvida ser
mencionada é Elise de La Serre, o grande amor de Arno. Embora também tenha
aparecido pouco no início do jogo e a relação dela com o protagonista pareça um
pouco forçada, ela retorna à história mais para frente, e então nos
aprofundamos mais na personagem. Elise é talvez uma das personagens femininas
mais fortes que já tivemos até então. Independente e decidida, ela passou a
vida treinando para seguir o legado de seu pai, e então desde a morte deste,
procura avidamente pelo culpado da tragédia; e Elise não mede esforços para
chegar em seu objetivo: enquanto Arno busca por redenção, Elise está atrás de
vingança. Só acredito que sua relação com Arno deveria ter sido melhor
aprofundada; em dado momento do jogo, é possível que leiamos cartas da mulher
enviadas ao protagonista relembrando aventuras e momentos dos dois quando
crianças, lidas na voz da personagem. Embora tenha dado um tom dramático ao
jogo, teria sido melhor algumas missões em que jogássemos essas aventuras para que pudéssemos visualizar e
participar melhor da conexão que os amantes tinham desde pequenos.
E não poderíamos
obviamente deixar de falar de nosso querido protagonista. Arno me pareceu o
personagem principal perfeito: com um humor sarcástico e um jeito aventureiro,
ele dá um tom de graça à história que possui tantas tragédias. Acompanhamos o
seu desenvolvimento e sua maturidade com o decorrer do jogo, ponto que achei
muitíssimo bem trabalhado, mas o rapaz nunca perde sua verdadeira identidade,
deixando escapar vez ou outra alguns comentários sarcásticos e irônicos durante
as missões. Um único ponto fraco sobre o personagem foi que logo após o retorno
de Elise em sua vida, Arno se tornou quase como um capacho dela. Embora mais
tarde seja explicada sua proteção exagerada quanto a ruiva, ele certas vezes
parece um bobo apaixonado, o que entra em contraste com suas características de
um assassino mortal e poderoso.
Por último mas não menos importante,
vem Pierre Bellec. Pierre é aquele que recruta Arno para o Credo dos Assassinos
e se torna o seu mentor nos meses seguintes, treinando o rapaz e o levando para
o caminho da Irmandade. O homem já participou da Guerra dos Sete Anos, onde
descobriu sua genealogia assassina e entrou para o Credo, trabalhando para este
de maneira discreta dentro da área militar. Bellec possui um senso de humor um
tanto bruto e, com sua personalidade extremamente forte, tende a ser bastante
radical. O assassino possui um papel crucial dentro da história, e um futuro
jogo acompanhado sua jornada até o rank
de Master Assassin e seu encontro com
Arno seria extremamente bem vindo.
Por: Gabriel Medeiros



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