A escolhida é o segundo livro da série O Doador, que tem como primeiro livro O Doador de Memórias. Preciso dizer que sou apaixonada pelo primeiro livro, a história é maravilhosa, os personagens são muito bons, tem ação, aventura, romance, faz refletir, enfim, um dos melhores livros que eu já li, e o que falar da adaptação para os cinemas? Maravilhosa!
Infelizmente o mesmo não acontece aqui. Antes de comprar A Escolhida eu já sabia que o livro não era a continuação do primeiro, são outros personagens, outro mundo, e o que me impulsionou a comprar foi tentar descobrir onde a autora quer chegar. Funcionou? Não, pra mim um livro não tem nada a ver com o outro.
A personagem principal é a Kira, ela tem uma perna "defeituosa" que precisa arrastar para se movimentar, por isso na ideia da sociedade retratada ela é uma inútil e deveria ser morta, mas sua mãe consegue convencer a todos de que ela contribuirá, e ela fica. O livro começa quando a mãe dela morre de uma doença, o que ela fará agora? Ela não tem mais famÃlia, não tem mais um lar, e as outras mulheres da vila ainda querem matá-la. O que a salva é que ela tem um dom extraordinário, o da tecelagem, e ela fica encarregada de uma tarefa muito importante: tecer a túnica do Cantor.
Não entendeu nada? Nem eu, eles não explicam absolutamente nada no livro, quem é esse cantor, o que ele faz? Pelo que eu entendi é alguém que canta uma canção sobre o futuro, e o que ele fala se realiza, mas também percebi que ele não é totalmente livre, quem dita o que ele deve cantar é o Conselho.
Existem outros dois personagens secundários que também possuem o dom, o Thomas, que consegue esculpir maravilhosamente bem, e a Jo, que tem uma voz maravilhosa e foi escolhida para ser a nova Cantora. Entretanto, nem tudo são flores, percebemos no decorrer do livro que tudo é muito manipulado, esse tal Conselho controla tudo, esconde a maioria das coisas da população, e mesmo tendo o futuro nas mãos faz questão de deixar as pessoas na miséria pra que elas possam se preocupar apenas com o que vão comer para sobreviver, e não com o que o Conselho tá aprontando, e também usam outros artifÃcios para aterrorizar os moradores, como dizer que existem feras na floresta apenas para mantê-los confinados ali.
Também não entendi muito bem a sociedade em que eles vivem, não há tecnologia, mas eles seriam do passado ou do futuro? E se forem do futuro, o que os levou a serem daquele jeito? As pessoas são todas rudes e grosseiras, não estão nem aà umas pras outras, em uma das cenas uma das mulheres vai ser morta e as outras que deveriam ser amigas já começam a distribuir os bens, sem nem se preocupar. Outra coisa que me chamou atenção é que não há o amor de famÃlia, os filhos são dados para outras pessoas se elas estiverem dispostos a pegá-los.
No geral, achei o livro bem sem graça, ele tem apenas 190 páginas, e se fosse uma história com mais acontecimentos relevantes poderia ter sido bom. A sensação que dá é que corremos o equivalente a uma maratona e não chegamos a lugar nenhum, ele começa sem um começo, e termina sem um fim, deixando tudo muito confuso. Livros curtos têm que ser escritos de forma direta pra poder causar alguma sensação no leitor, mas esse enrola muitas páginas com descrições e pensamentos desnecessários da Kira.
A série ainda possui mais dois livros, Messenger e Son, e imagino que o terceiro também não tenha ligação nenhuma com os anteriores e tudo se conecte no quarto, só não sei como, mas vou ler todos eles pra descobrir.
Livro: A Escolhida
Série: O Doador
Autor: Lois Lowry
Editora: Arqueiro
Páginas: 192
Ano: 2014
Classificação:
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