Cidades de papel é mais um livro do idolatrado John Green que teve sua adaptação lançada recentemente. Eu preciso confessar que não gosto tanto assim dos livros dele. As histórias são meio fraquinhas, mas o que me faz comprar os livros sempre que são lançados é a forma como ele retrata os adolescentes das histórias. Ele não trata eles como a maioria dos adultos fazem, como se eles fossem apenas dramáticos, e desesperados e idiotas. Ele mostra que tá ok não querer seguir os padrões que a sociedade impõe, e que sempre tem algo a mais, algo profundo, em todos nós.
O personagem principal é o Quentin, e ele tem uma (ENORME) quedinha pela sua vizinha Margo. Eles costumavam ser amigos quando crianças, mas depois seus caminhos se separaram, ela foi pro grupinho dos populares e ele ficou pra trás. Eles não poderiam ser mais diferentes, enquanto o Quentin é o adolescente perfeito, que nunca matou aula, que só tira notas altas e que tem um plano pro futuro, a Margo não tá nem aí pra nada e só faz besteira.
Ía tudo como planejado na vida dele, quando em uma noite a Margo invadiu seu quarto e pediu ajuda pra realizar umas tarefas, que constituíam em arrombar algumas casas e invadir outros lugares. Depois disso a Margo simplesmente desaparece, mas ela deixa algumas pistas e o Quentin fica obcecado em acha-la e ser o grande herói.
Eu confesso que gostei mais do livro do que do filme, ele definitivamente não é o melhor livro do John Green, mas eu acho fantástico como ele construiu a Margo pra ser a personificação do que é errado para as pessoas. O que é certo? Estudar, tirar boas notas, fazer faculdade, se casar, ter filhos. E o que a Margo queria? Nada disso, ela só queria ser feliz, não fazendo uma projeção no futuro, mas ser feliz no presente.
O que não gostei do filme foi que eles exageraram no romance, que não deveria ser tão forte assim na história, acho que ela é mais sobre reflexão do que romance, mas ok. Também não gostei como eles amenizaram a Margo, fazendo ela parecer mais superficial, e não explicando sobre a história que ela escrevia o tempo todo, eles nem sequer colocaram a cena do SeaWorld, que na minha opinião foi a melhor do livro. O final também foi amenizado pra parecer mais fofinho do que é na realidade, e por que diabos eles colocaram os amigos do Quentin com cara de 12 anos? É engraçado também que no livro a Margo sofre com isso de não ter um corpo “perfeito” e que se sente incomodada pelos comentários maldosos, e no filme eles colocaram a Cara pra representar ela, uma modelo super magrela e bonitona.
Acho que a mensagem principal da história é fazer a gente refletir sobre a nossa vida e nossas relações com outras pessoas. As vezes a gente coloca algumas pessoas num pedestal gigante e não nos preocupamos com o que a pessoa realmente é, e sim com o que a gente quer que ela seja. É engraçado que todo mundo é o personagem principal da própria história, e que muitas vezes a gente não dá muita atenção aos outros personagens, as outras pessoas das nossas vidas, que são meros coadjuvantes na nossa história.
Também temos o fato de que o Quentin é um acomodado que só quer seguir o que já foi traçado pra ele fazer, e do outro lado temos a Margo que é um furacão e totalmente louca por mudanças, acho que o ideal é que a gente fique no meio dos dois, nem muito acomodado, nem muito radical, mas fazendo o que a gente quer, e não o que somos ditos pra fazer, vamos ser felizes agora, e não amanhã!
A história do livro é um pouco fraca, mas o modo como os personagens foram desenvolvidos torna o livro um meio pra gente refletir sobre a nossa própria vida, e isso torna o livro muito bom. O filme é divertido e engraçado mas perde muito a profundidade que deveria ter, então não é dos melhores.
Você pode comprar o livro com a capa antiga clicando AQUI e com a capa nova clicando AQUI.
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