O primeiro de alguns


              Esse é um post completamente diferente do que estou acostumada a fazer. Acontece que nunca fui muito de falar de mim mesma nem pra pessoas que me conhecem há muito tempo, quanto mais falar isso na internet, onde todos e qualquer um podem ler. Acho que é medo do que vão falar, e medo de que as pessoas descubram quem eu realmente sou, e também dos comentários, e de milhares de coisas. Mas aqui estou eu e esse é o primeiro post reflexivo que postarei.
              Não é bem uma reflexão, apenas um pequeno desabafo. Nunca fui parecida com as pessoas que me rodeiam. Geralmente elas têm tipos definidos demais, e eu nunca fui bem definida. Aqui os adolescentes são pré-definidos, todos bebem, todos saem com os amigos, todos têm ficantes, paqueras, peguetes e afins, os sonhos deles incluem basicamente ter dinheiro pra comprar roupa, sapato e acessórios de marca para impressionar as gatinhas, para os garotos, ou então ficar com um menino pseudo-rico que vai poder te dar bolsa de marca e melissa, no caso das meninas. Não estou dizendo que todos são assim, mas a maioria é sim e não há como negar. Algumas pessoas da minha idade já passaram dessa fase, outras não. Algumas estão na fase de perceber a cagada que fizeram durante todo o ensino médio e coisas assim, outras já se orgulham de tudo o que fizeram e estão trilhando um caminho que gostam, e ainda têm aqueles que estão apenas existindo e esperando algo acontecer.
              Ah, e existe ainda eu, que não está enquadrado em nenhuma das categorias anteriores, mas que ultimamente está com um risco muito grande de entrar na última opção. Não me veja mal, eu nunca fui do tipo que senta e espera as coisas acontecerem, eu sempre procurei e me esforcei. Mas aqui estou eu, com quase 18 anos e nada além de sonhos na cabeça. Estou seguindo a receita que sempre ouvi "estudar, completar o ensino médio, passar em uma federal e ser alguém na vida". O único problema é que já faz alguns anos que percebi que eu não quero ser o tipo de pessoa que segue essa receita, já que o "ser alguém na vida" se resume a ter um trabalho estressante mas que paga bem, se casar, ter filhos e morrer. Eu nunca quis só isso, pra mim isso é apenas deixar a vida te jogar pra um lado e pro outro, e o que eu desejo mesmo é conduzir a minha vida, poder ter controle da situação e nunca, mas NUNCA me arrepender de ter arriscado e falhado.
              O propósito desse texto foi botar pra fora mais ou menos o que eu estou sentindo. Ultimamente andei tendo muitos sonhos e desejos de estar em lugares que por enquanto não posso estar. Passei meses procurando loucamente sobre programas de intercâmbio que poderiam dar certo pra mim, mas todos eles sempre tinham um pequeno detalhe que me impossibilita de ir. Talvez não exatamente ME impossibilita de ir, porque se eu quisesse, eu poderia muito bem ir. Mas chega um momento em que é preciso escolher entre uma coisa que me fará feliz temporariamente e outra que me fará feliz até o final dos meus dias e sinto muito, vida,  mas eu fico com a segunda opção. 

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