Livro
O doador de memórias é um livro publicado em 1993, que só
agora virou febre no mundo, e principalmente no Brasil, após sua adaptação, lançada
em 2 de outubro de 2014. Eu mesma confesso que nunca havia ouvido falar do
livro antes de ver o filme, e gostei tanto da história que precisei comprá-lo.
O livro
é uma distopia que tem como personagem principal um menino de 12 anos chamado
Jonas. Nesse mundo, a sociedade optou pela Mesmice, o que significa que todos
ali são iguais (vestem roupas iguais, consomem a mesma quantidade de alimento,
tem a mesma cor, não tem sentimentos, entre outras coisas) e existem divisões
de tarefas, como por exemplo ser instrutor dos mais novos, ou ser mãe-biológica,
ou até mesmo cuidar dos idosos.
Mas
antes de chegar às suas profissões, as crianças passam por cerimônias anuais, e
assim se tornam parte de um número. Por exemplo a irmã de Jonas, Lily, tem Oito
anos e sendo assim, faz parte dos Oito. E a cada ano as crianças recebem novas
responsabilidades.
Nesse
ano Jonas é um Onze (tem onze anos) e está prestes a se tornar um Doze, idade
em que eles recebem a profissão que vão exercer pelo resto de suas vidas. É aí
que as coisas se complicam. Durante a cerimônia, Jonas é pulado, e após muita
aflição finalmente o chamam... para dizer que ele será um Recebedor, o que
causa um espanto geral, já que só existe um Recebedor na comunidade.
Jonas
começa a ter aulas com o Doador, que é encarregado de passar todo o
conhecimento que tem para o garoto. Mas o que ele não esperava é que esse
conhecimento vem de gerações passadas, antes de ser adotada a Mesmice. Jonas é
levado através de uma ligação com o Doador, para lugares lindos, relembra o que
eram as cores, o que é neve, o que são as coisas como conhecemos hoje. Mas o
mundo não é feito apenas por coisas belas, e assim, ele também passa por dor,
sofrimento, vê guerras e mortes, e percebe que até mesmo ao seu redor existem
atrocidades que ninguém nota.
A
revolta do protagonista cresce cada vez mais, pois agora ele consegue ver o que
mais ninguém consegue. Ele agora tem sentimentos, ele se lembra das maravilhas
que existiam antes, e acha super injusto e cruel que as outras pessoas também
não tenham esse conhecimento, mesmo que ele venha com sofrimento, e Jonas fará
de tudo para mudar essa situação.
Acho
esse livro genial, amo a escrita da autora, amo os personagens, amo o
desenvolvimento, amo tudo. Jonas é um menino tão inteligente e tão corajoso que
daria inveja aos mais populares protagonistas. É simplesmente fantástico viajar
para um mundo onde tudo é igual e calmo, e perceber que o nosso mundo é lindo e
que mesmo com tanta desgraça, isso não apaga as coisas boas.
Fiquei
triste pelo final pois deixa o leitor meio perdido, e pelo que sei, nos
próximos livros da série a história acompanha outros personagens, e não Jonas,
o que é uma pena :C. Também fiquei extremamente chateada com a minha edição,
pois vem uma entrevista com Taylor
Swift, eu não quero uma entrevista com a Taylor, poxa!, eu quero mais história!
Autor: Lois Lowry
Filme
Esse
filme é um dos poucos que eu tive paciência de assistir mais de uma vez. Ele
começa em preto e branco (mostrando a mesmice até mesmo de cor, citada no
livro) e vai ficando colorido com o tempo, acompanhando Jonas descobrindo as
cores e tudo mais.
Assim
como o livro, achei ele genial, todas as cenas lindas que são mostradas passam
um sentimento maravilhoso de paz e calmaria, e dá aquela vontadezinha de
aproveitar mais a vida que temos. Enquanto todas as cenas ruins dão aquele
sentimento de revolta, e leva o telespectador a se perguntar porque. Porque
tantas coisas ruins acontecem no mundo? Porque nós causamos isso a nós mesmos?
Porque fazemos guerra contra nossa própria espécie?
O filme
é ótimo, sim. Entrou para os meus favoritos, sim. Mas não é minha adaptação
favorita. Assim como muitas outras ataptações, o roteiro escrito é praticamente
todo diferente do livro, e eu não consigo entender porque mudar algo que já é
tão bom! Veja as principais diferenças entre o livro e o filme:
- Jonas tem uns 16 anos, e não 12.
- Fiona é uma das protagonistas, junto com ele, sendo que no livro ela mal aparece e é só uma amiga. Além disso, no filme, colocaram ela sendo a namorada dele (wtf? Qual a necessidade disso? Será que não acharam que um filme não tem público sem romancezinho? Por favor né, me poupe)
- Jonas finge que toma as medicações diárias usando uma maçã. No livro carregar alimentos é proibido, e o Recebedor é proibido de tomar remédios.
- Jonas convence Fiona a parar de usar a medicação e ela começa a enxergar o mesmo que ele, sendo que na história original só aqueles especiais podem ver além.
- Asher é piloto, em vez de Diretor-Assistente de Recreação, e Fiona vai para o Centro de Criação, em vez de cuidar dos idosos. Ambos têm participação no plano de Jonas, o que não acontece de modo algum no livro.
Apesar
de tantas modificações (que para mim foram desnecessárias), o filme consegue
envolver e encantar. A escolha de atores foi realmente muito boa, contando com
a participação do queridíssimo Jeff Bridges e até mesmo Taylor Swift.
Um ponto positivo do filme é que
temos a oportunidade de ver um pouco mais do que acontece no final, enquanto no
livro não.
Recomendo que vejam o filme antes de ler, pois como disse anteriormente, é um
filme ótimo, mas uma adaptação não tão boa assim.
Classificação:
Livro: Extremamente maravilhoso, não segue clichês, já que foi uma das primeiras distopias escritas.
Filme: Igualmente maravilhoso e encantador.
Adaptação: Mal feita, a história é mantida, mas os personagens são totalmente modificados.
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