É muito
difícil você conseguir gostar de uma série sem gostar do personagem principal,
mas é exatamente isso o que está acontecendo na minha relação com Bloodlines.
Não tenho palavras para descrever o quanto Sydney me deixa entediada, são
páginas e páginas da mesma ladainha, o mesmo assunto, as mesmas discussões
internas bobas dessa personagem tão chata. Depois de ter ficado o primeiro
livro inteiro se perguntando se os vampiros eram realmente assim tão ruins, o
que é totalmente aceitável, já que o primeiro livro tem que ser um livro de
adaptação, temos novamente um livro INTEIRO com esse mesmo questionamento.
Parece que ela simplesmente vai ficar a série toda se perguntando isso e
querendo distância deles, quando ela mesma já disse ter percebido que alguns
vampiros são melhores que muitos humanos. Simplesmente não dá pra entender.
Não
satisfeita em ficar se perguntando se vampiros podem ser bons durante todo o
livro, ela também faz questão de O TEMPO TODO dizer que não gosta de magia, que
não gosta de coisas que não tem sentido lógico, que não usa roupas coloridas, e
por aí vai. Tá, minha filha, a gente já entendeu, podemos pular pra parte onde
você muda todos os seus conceitos e para de obedecer a tudo o que te dizem?
Mas
vamos a história: No livro passado, Sydney foi em uma missão alquimista, que
consistia em proteger Jill, a irmã da rainha. Juntamente com Adrian e Eddie,
passou pelo disfarce de irmã de Jill e todos foram para Palm Springs, um lugar
super ensolarado onde ninguém desconfiaria que um vampiro fosse. Desde então,
elas estão estudando em uma escola humana e têm que sofrer todos os dramas do
ensino médio.
Nesse
livro, Sydney continua trabalhando com sua professora bruxa e a ajudando com
magia (apesar de fazer questão de repetir em todas as páginas do livro que
odeia magia). Além disso, também embarca em um romance (super entediante) com
um carinha novo na história, que acaba conseguindo ser ainda mais chato que
ela. Não acredita em mim? Pois saiba que as discussões dos dois durante o livro
envolvem energia eólica, geologia, termodinâmica e muito mais coisas igualmente
chatas.
Adorei
ter a presença de Sonya e Dimitri, e creio que eles foram os melhores
personagens do livro, simplesmente por serem eles mesmos, e não os personagens
nos quais essa série foca. Gostei também de saber mais sobre os Caçadores de
Vampiros, que foram incluídos na história porque só aquela coisa de proteger a
irmã da rainha não tava dando consistência à série.
Preciso
falar de Adrian, que é um personagem que me incomoda desde a primeira vez que
apareceu em Academia de Vampiros. É inacreditável que todas as pessoas do livro
gostem desse cara, sério, porquê isso? Ele é um bêbado, fumante, que não faz
absolutamente nada da vida além de ser inconveniente e agora, ficar chorando a
perda da Rose, que convenhamos, nunca gostou dele. Pra mim, ele é um personagem
totalmente dispensável, não vejo utilidade pra ele, e não consigo entender toda
essa admiração que todos têm para com ele. Será que ninguém percebe o quão
errado ele é? Ninguém liga pra todas as coisas ruins que ele faz? Só porque ele
é bonito? E o pior, quando ele faz algo assim, as pessoas simplesmente dizem:
ah, ele é só o Adrian, ou então, como nossa nada querida protagonista de
Bloodlines diz: ele tem potencial, só não sabe ainda. Faça-me o favor né. E a
Richelle ainda forçou a amizade colocando ele “preocupado” com a Jill, numa
tentativa falha de tornar o personagem mais amável.
Resumindo:
Gostei do livro, mas acho que foi mais por uma obrigação, tipo: se é escrito
por Richelle Mead, se passa no mundo de vampiros, então você deve gostar. Até
porque ela é fantástica, e mesmo com personagens tão ruins e acontecimentos
previsíveis, a história consegue ser boa. Tenho dificuldades de me acostumar
com Sydney depois que o furacão Rose passou na minha vida, mas espero
sinceramente que ela se torne uma personagem mais aceitável e menos chatinha,
pra eu poder aproveitar a série melhor.
Livro: Lírio Dourado (The Golden Lily)
Série: Bloodlines
Autor: Richelle Mead
Editora: Seguinte
Páginas: 424
Ano: 2013
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